ATA DA QUADRAGÉSIMA OITAVA SESSÃO SOLENE DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLA­TIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 24.10.1989.

 


Aos vinte e quatro dias do mês de outubro do ano de mil novecentos e oitenta e nove reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Quadragésima Oitava Sessão Solene da Primeira Sessão Legislativa Ordinária da Décima Legislatu­ra, destinada à entrega do Título de Cidadão Emérito ao Sr. João Carlos Machado Stabile, concedido através do Projeto de Resolução nº 44/88 (proc. nº 1832/88). Às dezessete horas e trinta minutos, constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e solicitou aos Líderes de Bancada que conduzissem ao Plenário as autoridades e personalida­des presentes. Compuseram a Mesa: Ver. Valdir Fraga, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Jorn. Firmino Cardoso, representando a Associação Riograndense de Imprensa; Sr. João Carlos Machado Stabile, Homenageado; Srª Cláudia Stabile, Esposa do Homenageado; Ver. Lauro Hagemann, 1º Secretário da Casa. A seguir, o Sr. Presidente fez pronunciamento alusivo à solenidade e concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Ver. Luiz Braz, como proponente da Sessão e em nome das Bancadas do PTB, PFL, PT, PDS e PL, discorreu sobre a vida do Homenageado, destacando sua atuação como jornalista e radialista e os  cargos públicos ocupados por S.Sª. Ainda, falou do trabalho por ele realizado na imprensa, na busca de um jornalismo saudável, justo e honesto. O Ver. Lauro Hagemann, em nome da Bancada do PCB ressaltou a justeza da homenagem hoje prestada ao Sr. João Carlos Machado Stabile, discorrendo sobre campanhas e eventos dos quais participou juntamente com o Homenageado e ressaltando, em especial, a sua atuação no campo da comunicação. O Ver. Cyro Martini, em nome da Bancada do PDT, comentou a vida profissional multifacetada assumida pelo Sr. João Carlos Machado Stabile, o que o faz merecer a presente homenagem. Salientou seu trabalho como jornalista, destacando a importância dessa função, e a sua contribuição para a criação do Jornal “Balcão”. Em continuidade, o Sr. Presidente leu o teor do título a ser hoje concedido, convidando os presentes a, de pé, assistirem à entrega, pelo Ver. Luiz Braz, do Título de Cidadão Emérito ao Sr. João Carlos Machado Stabile. Ainda, concedeu a palavra ao Homenageado, que agradeceu o Título recebido. Após, o Sr. Presidente agradeceu a presença de todos, convidando as autoridades e personalidades a passarem  à Sala da Presidência e, nada mais havendo a tratar, levantou os trabalhos às dezoito horas e sete minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Ver. Valdir Fraga e secretariados pelo Ver. Lauro Hagemann. Do que eu, Lauro Hagemann, 1º Secretário,  determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelo Senhor Presidente e por mim.         

 


O SR. PRESIDENTE (Valdir Fraga): O primeiro orador é o  Ver. Luiz Braz, que está com a palavra pelas Bancadas do PTB, PFL, PT, PDS e PL.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Senhores e senhoras, a Câmara Municipal de Porto Alegre sente-se orgulhosa, nesta tarde, em poder homenagear João Carlos Machado Stabile. Homenageamos, hoje, um brilhante Jornalista, um Radialista de escol, um Advogado, um Professor. Enfim, um uruguaianense que há 32 anos presta serviços inestimáveis à nossa Cidade.

Em 1957, Porto Alegre teve a honra de receber nosso homenageado, que além de desenvolver suas atividades bancárias no extinto Banco Nacional do Comércio, trabalhava, como Radialista, na Rádio Farroupilha, emissora dos Diários Associados.

Três anos depois, em 1960, o Professor Stabile matriculava-se na Pontifícia Universidade Católica, onde cursou História e Geografia. Depois de formado, ingressou no Magistério Estadual através de concurso público, passando a lecionar no Colégio Júlio de Castilhos.

Em 1970, foi convidado para organizar a assessoria de imprensa do Vice-Governador do Estado. Depois disso, face à sua perspicácia, seu dinamismo, sua perseverança e à maneira ímpar de fazer jornalismo, passou a ser insubstituível no Executivo Estadual, ora como Assessor de Imprensa do Palácio do Governo, ora na Secretaria de Educação do Estado.

Em 1959, com a instalação da TV Piratini, Canal 5, onde além de organizar o Departamento de Teleteatro, atuou como ator, apresentador, assistente de estúdio e secretário executivo do Departamento de Teleteatro.

No Departamento de Relações Públicas e Promoções da Empresa Associada, passou a escrever uma coluna no Diário de Notícias, divulgando atividades e eventos dos clubes sociais da cidade e do interior, trabalho este que se estendeu até o fechamento do jornal. Teve decisivas participações na organização de concursos de beleza, como Rainha do Atlântico Sul, Miss Porto Alegre, Miss Rio Grande do Sul e A Mais Bela Prenda do Rio Grande do Sul.

Em 1978, com o fechamento do Diário de Notícias, nosso homenageado, para não frustrar aqueles leitores assíduos das páginas sociais, criou o programa radiofônico “Prospecto Social”, na Rádio Jornal do Comércio. Em seguida, o Jornalista e Professor Stabile passou a apresentar programa na Rádio Capital, o que lhe valeu o troféu Krônika como Destaque Especial da temporada.

Ofereceu seus serviços de radialista à Rádio Gazeta e, em 1986, teve a oportunidade de inserir uma coluna no Correio do Povo sobre clubes da cidade e do interior, indo, posteriormente, publicar seus trabalhos no quinzenário Krônika.

Stabile, nosso homenageado, faz parte do elenco de colunistas do Jornal o Balcão, do Jornal do Comércio, assinando a coluna “Balcão de Festas”.

O Professor Stabile é Diretor de Relações Públicas do Santa Paula Clube de Campo, desde 1972, tendo sido reeleito, em assembléia geral, por três vezes consecutivas. É responsável, ainda, por edições de jornais de clubes como Teresópolis Tênis Clube, Sociedade Gondoleiros, Grêmio Náutico Gaúcho e Clube dos Subtenentes e Sargentos da Brigada Militar, com mais de uma centena de publicações.

Esse é o nosso homenageado de hoje: um homem simples, inteligente, amigo e profundamente humano. Desenvolve sua atividade de jornalista com elogiável imparcialidade, engrandecendo assim nossa imprensa, ao mesmo tempo em que ensina, aos mais jovens como se deve atuar nos meios de comunicação para que tenhamos uma imprensa saudável, livre e, principalmente, justa. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Lauro Hagemann, que falará pela Bancada do PCB.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Ver. Valdir Fraga, Presidente da Câmara Municipal; Jornalista, meu colega, Firmino Cardoso, representando a Associação Riograndense de Imprensa; meu prezado João Carlos Machado Stabile e Dona Cláudia Stabile; colegas Vereadores; amigos do Stabile; senhoras e senhores.

A Câmara de Porto Alegre seguidamente se reúne, em fins de tarde como este, para homenagear cidadãos que se destacam na vida da Cidade sob os mais variados aspectos. E, hoje, nós estamos aqui, novamente, para homenagear uma figura que se destacou na Cidade, o João Carlos Stabile. Meu companheiro radialista, meu companheiro jornalista, mais do que isso um homem que, como eu, também veio lá do interior para progredir na vida, aqui, na cidade grande. Um homem que, como eu, passou, também, pelo Colégio Estadual Júlio de Castilhos. Um homem que, como eu, ainda está passando pelo serviço de divulgação, no meu tempo, hoje, Gabinete de Imprensa da Secretaria de Educação. Um homem, como eu, que trabalhou na Rádio Farroupilha. Um homem que, como eu, ajudou a construir o Sindicato dos Radialistas, em 1962, quando o encontrei e do qual guardo as melhores lembranças por ocasião daqueles acontecimentos. Um homem que participou conosco da primeira greve dos radialistas em 1963. E, de lá para cá, fui encontrando o Stabile em diversos lugares desta Cidade, mas sempre com a firmeza de um homem dedicado à sociedade na qual ele está inserido. Um homem que, por isso, merece a consideração desta Casa, que é a representação política do Município de Porto Alegre. Um homem que, ao ser homenageado com o título de Cidadão Emérito, pode levar consigo a tranqüilidade de ter recebido este justo prêmio, como a homenagem por seu trabalho, por sua dedicação, por sua competência e, sobretudo, por sua pertinácia, porque depois de trinta e poucos anos de Porto Alegre, a gente se considera um pedaço da Cidade, aqui crescemos, não fisicamente, mas intelectualmente, crescemos socialmente, crescemos politicamente, crescemos de todas as formas, e paralelamente ao nosso crescimento, cresce também a Cidade, crescem nossos filhos, crescem aqueles que nos rodeiam, e estas coisas não podemos perder de vista, porque são fatores que elevam o homem à condição de ser digno e suscetível de transformar a face da sociedade e que é o que todos nós pretendemos, de uma maneira, ou de outra. Por isso, meu caro João Carlos, receba em nome da Bancada do PCB os nossos agradecimentos pelo trabalho que tem desenvolvido nesta Cidade, no campo principalmente da comunicação, uma coisa, hoje, muito difícil porque a comunicação se insere no problema social com um componente de alta responsabilidade, e muitas vezes, alguns de nossos companheiros, colegas, não têm a compreensão exata, até porque a ciranda do mundo nos obriga a certos desvios, embora reconhecendo que não são corretos, os cometem. Por isso, mais uma vez, receba os nossos cumprimentos. A Cidade agradece a tua presença por longos trinta e poucos anos, e espera que possamos contar ainda contigo por muito tempo, desenvolvendo o teu trabalho em benefício da coletividade. (Palmas.) Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Concedemos a palavra ao Ver. Cyro Martini, que fala pela sua Bancada, o PDT.

 

O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente desta Casa, Ver. Valdir Fraga; nosso Homenageado João Carlos Machado Stabile; sua esposa Dona Cláudia  Stabile; caro Jornalista Firmino Cardoso, representando a Associação Riograndense de Imprensa; Sr. Ver. Lauro Hagemann, 1º Secretário desta Câmara; Srs. Vereadores; meus senhores; minhas senhoras; representantes de entidades.

O Partido Democrático Trabalhista não poderia deixar de comparecer a esta tribuna para trazer o seu abraço ao nosso homenageado João Carlos Stabile. Um jornalista como muito bem colocaram as palavras do Ver. Luiz Braz, que requereu, com toda justiça esta homenagem de Cidadão Emérito, e a do Ver. Lauro Hagemann mostrou, demonstrou no curso de sua vida multifacetada, multiprofissional fazer indubitavelmente jus a este título.

Um cidadão só pelo fato de se dedicar ao jornalismo já merece, em razão desta profissão, esta homenagem. Aquele que se dedica com todo o carinho, com todo o empenho ao jornalismo é alguém que merece o nosso reconhecimento. O jornalismo, que transmite a informação, que leva a informação, que através dos diversos meios faz com que as pessoas estejam perfeitamente a par do que ocorre no mundo, do que ocorre no País, do que ocorre no Estado, do que ocorre no Município. A par disso, também colabora para a formação da opinião pública para a transformação da consciência do cidadão. São duas grandes responsabilidades. Este é um dado que já mostra o valor da profissão. Um jornalista que pertence a uma empresa, que tem merecido desta Casa constantes homenagens, e com toda a justiça, não só pela sua presidente, Dona Zaida Jarros, mas por todos aqueles que integram o corpo jornalístico dessa empresa.

Mas destaco, com relação ao nosso homenageado, o fato de ter ele uma contribuição decisiva para um jornal singular, jornal “O Balcão”, no qual tem uma coluna prestigiada, uma coluna de extrema importância para o jornalismo local. Então, seria outro dado que revela e salienta a personalidade e o valor social daquele que agora homenageamos. Veio ele para esta Cidade, assim como tantos outros, trazer a sua contribuição, o seu valor, o seu talento, para fazer com que Porto Alegre chegasse ao que é hoje. Porto Alegre da década de 50 era muito diferente da de hoje. Graças a pessoas como o nosso Professor, Jornalista, Radialista, é que Porto Alegre chegou ao que é, hoje, uma Cidade com um crescimento extraordinário, criando problemas seríssimos para a administração desta Cidade. Nós que somos de Porto Alegre, do extremo sul, como é também o nosso Presidente, nos sentimos honrados de receber, em nosso meio, figuras como João Carlos Stabile, como também todos aqueles que vieram, inclusive de fora do Estado, como é o caso do Ver. Luiz Braz, que veio lá de São Paulo. Então parece, assim, extremamente significativa esta homenagem, e um Partido como o nosso, o Partido Democrático Trabalhista, não poderia se furtar da homenagem ao jornalista, não poderia esquivar-se de estar aqui presente, através de um membro de sua Bancada, para participar desta homenagem. O Professor também, além de pertencer ao Colégio Júlio de Castilhos, como aluno, pelo que entendi das palavras do Ver. Lauro Hagemann também foi professor. Então, ali tivemos a nossa formação ao ensino público, nós que temos uma responsabilidade muito séria em relação ao ensino público, pois foi graças a ele que conseguimos alcançar, nesta escalada social, um patamar razoável. O Colégio Júlio de Castilhos é um colégio, para nós, de décadas anteriores muito importante, muito significativo, temos por ele um apreço, um carinho, uma estima extraordinária. Pertencemos ao Júlio da 1ª série a última série do científico ou do clássico, que hoje se chama 2º grau, pertenceu ao corpo docente daquela casa, por um período estivemos juntos, ensinando, pelo menos tentando. Então, vejam que se trata de uma pessoa que o título de Cidadão Emérito é até um reconhecimento muito superficial do valor do professor, do radialista, do interprete de teatro, é multifacetado, é multiforme, como diria o Capitão Poty, é polivalente nas diversas atividades. E, quem consegue desenvolver todas essas habilidades é porque é capaz, pois se existe um meio em que só vencem os capazes, é o meio jornalístico. Por isso é que venceram lá os radialista, jornalistas Lauro Hagemann, Luiz Braz e o nosso homenageado João Carlos Stabile. Então receba o abraço fraternal e amigo da Bancada do PDT por esta justa homenagem e pela honra que o senhor nos dá vir a esta Casa para receber este modesto título que esta Casa pode lhe oferecer.  Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Nós vamos fazer a entrega do Diploma pelo querido Ver. Luiz Braz, autor da homenagem. Diploma em que a Câmara Municipal de Porto Alegre confere o título honorífico de Cidadão Emérito a João Carlos Machado Stabile, pela valiosa contribuição, pelo seu trabalho em prol do engrandecimento da sociedade porto-alegrense. Eu gostaria que, em pé, nós pudéssemos acompanhar a entrega do Diploma pelo companheiro Ver. Luiz Braz.

 

(O Sr. Luiz Braz entrega o Diploma ao homenageado, Sr. João Carlos Machado Stabile.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE: Nós concedemos a palavra ao nosso homenageado.  

 

O SR. JOÃO CARLOS STABILE: Senhores Vereadores e demais presentes, o privilégio do momento que me é dado viver nesta Casa, de tantas tradições e entre dignos representantes do povo, políticos ilustres é deveras agradável. Saber da presença de pessoas amigas e seleta platéia, é imensamente gratificante. Nas circunstâncias em que se verifica, é sobremodo significativo, ainda mais para quem sempre conduziu sua vida por caminhos propícios a sonhos moderados. Ser alvo de um reconhecimento público, encontrar-se em uma galeria enriquecida por talentos e inteligências que tantos e tão bons serviços prestaram a esta Cidade é algo emocionante. É como ter diante dos olhos horizontes alongados em ventura desvanecedora. Despido de vaidade alheio à notoriedade, qualifico a homenagem como uma honra suprema. Ser Cidadão Emérito de Porto Alegre é a glória! 

Longe vão os dias em que aqui cheguei, deixando a minha Uruguaiana. Permitam, portanto, a rememoração, a lembrança. Ainda que em breves pinceladas e em tom evocativo. À época – cerca de 30 anos – acompanhavam-me crenças, esperanças e incertezas, além das recordações de meu pai, de saudosa memória, e de forma marcante, a energia transmitida pela retaguarda de fé do beijo e das orações maternas.

Tudo seria diferente. A realidade seria bem outra, se comparada à peculiaridade interiorana. Entretanto, a sincera acolhida dos porto-alegrenses permitiu que aqui eu também fosse conquistando o meu espaço. Na área das comunicações, predileção inseparável desde a meninice, quando das narrações de futebol de mesa, cuja visão de jogo era alcançada, lance a lance, sobre os ombros dos contendores, em tarefa que exigia muita atenção e movimento e que, por vezes, desagradava a quem tinha o placar desfavorável. Ou dos jornaizinhos produzidos à mão – edição única – a Folha Esportiva que eu próprio compunha; o Planeta, que meu irmão fazia circular e que, com tanto zelo e capricho, preparava aos domingos à tarde, não raro retardando a rodada do campeonato de botão.

A predileção infantil tornou-se meio de vida. Ainda que a arte, com toda sua sublimidade de expressão, figura em meu currículo através do pioneirismo da televisão do sul, ou o rádio; o magistério, de relevante e generosa causa; ou a advocacia que, nos mais recentes anos, também passou a integrar o meu dia-a-dia profissional, foi na imprensa que encontrei a proposta mais cativante.

Aliado da verdade, o jornalismo é de uma importância social sem equivalência. Arma poderosíssima capaz de arrasar falanges por mais hostis que sejam. Uma singularidade, porém, identifica o meu desempenho no setor. A característica do trabalho deixa distante as paixões, as lutas e os sofrimentos estampados, permanentemente, nas páginas dos jornais ou nos noticiários eletrônicos. Como agora, quando nosso País enfrenta uma das piores crises de sua história, para reportar acontecimentos elegantes. Celebrações de tons efusivos, de diversificadas modalidades, em passarelas ou salões, onde o culto pela beleza e pela vida, envolve apreço singular e encantamento de poesia. Celebrações que trescalam perfumes tornam-se fontes de agradáveis sensações e enlevo, culminando por deixar ternas lembranças. Lembranças como as desta solenidade que ficarão guardadas, eternamente, comigo. Aqui também estamos em uma festa.

Confraternizando sob o mesmo espírito social e de amizade, verdade que em reunião solene, porém, à parte essa circunstância, não é erro atribuir semelhança ao que se verifica, nos clubes, reservas morais e culturais da coletividade inclinada para o bem, opções de lazer e esporte tão necessárias nos dias de hoje. Clubes que, através de seus dirigentes e associados, harmonizam com o propósito profissional impelidos por idênticas aspirações, souberam, ao longo de quase três décadas avaliar o cumprimento de uma obrigação. Justo, pois, que, agora, como em preito de reconhecimento com eles eu divida esta honraria, tornando-a por igual extensiva aos meus conterrâneos que aqui vivem.

Ao tempo em que evoco o passado e vibro sobre o amparo do presente, agradeço de coração o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre. Ao nobre Ver. Luiz Braz, de quem partiu a generosa iniciativa da proposição, o meu reconhecimento e gratidão. Abençoado seja, no seu trabalho que, espero, mantenha-se como um perene frutificar de bens em favor da comunidade. Aos Vereadores que se solidarizaram, da mesma forma, o meu melhor agradecimento. Que a eles também não faltem bênçãos celestiais. Depositários que são da confiança popular possam, em nome dela, trabalhar com sinceridade e denodo, de sorte que sejam merecedores da máxima admiração geral.

Por derradeiro, a certeza de que Porto Alegre, ao me outorgar esta distinção, quer provar que lhe sou útil e agradável. Útil pelo trabalho e agradável pela presença. Logo, então, podeis contar sempre com meu empenho e dedicação. Este momento, que sintetiza toda a bem-aventurança e toda a glória de um mortal, ficará para sempre em minha memória e indelével na lembrança de meus queridos.

Jamais, em meus sonhos, imaginei um dia ser distinguido com honra tão insigne e de forma tão eloqüente. Creiam que não deixarei passar este ensejo sem uma profunda reflexão, acreditando que ainda há muito por fazer. Queira Deus que eu a tanta seja capaz sem esmorecimento, sem hesitação, consciente de que a realidade da vida é cada um cumprir sua tarefa, buscando no trabalho o refúgio suficiente para descartar dissabores, minorar tristezas, afugentar desencantos e encaminhar para a felicidade.    Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Nada mais havendo a tratar, declaro encerrados os trabalhos.

(Levanta-se a Sessão às 18h07min.)

 

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